terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Darksiders 2: Deathinitive Edition e Remasterizações

Que fique bem claro: eu não sou contra remasterizar algo que, com uma tecnologia superior, se tornaria um fenômeno novamente. Mas "remasterizar" um jogo só para atualizar graficamente, é uma punheta visual. E "remasterizar" entre aspas mesmo, porque nada foi mudado realmente. Alguns pixels, efeitos, brilhinhos e sombras a mais. É isso que jogos "remasterizados" são resumidos atualmente.

Darksiders 2 é um jogo de 2012 da finada THQ, sequência de uma surpresa agradável que misturava elementos de God of War e RPGs, contando a trajetória de Guerra, um dos cavaleiros do Apocalipse. Uma jogabilidade decente, enredo interessante e ambientação original garantiram a existência do segundo jogo. Darksiders 2, por sua vez, conta a história do irmão de Guerra, Morte, que parte em uma jornada para salvar seu irmão.

Em 2015, Darksiders 2 ganhou uma versão "remasterizada", ou melhor dizendo, definitiva. Incorporando todas as DLCs e trazendo o jogo para a geração atual de consoles: PS4 e Xbox One.

Darksiders 2 é um bom jogo, com uma narrativa interessante, personagens simples porém com design apelativo, jogabilidade rápida e ambientes muito bonitos. O problema é que os ambientes são por vezes muito parecidos, com uma sensação de repetição constante. E acho que essa pode ser a palavra que melhor define Darksiders 2: repetição. O combate é frenético, com um esmagamento de botões magnífico, mas que depois do 3º boss já perde a graça. A câmera parece um esquilo raivoso: é impossível de controlar, e quando você acha que acalmou o esquilo, ele entra com toda força no seu peito. Os elementos de escalada, o famoso parkour da série Assassin's Creed, são muito bonitos e acompanham as animações bem feitas de Morte; uma pena que escalar seja tão impreciso que chega a ser frustrante realizar um pulo tão simples.

Darksiders 2 Deathinitive Edition tinha a simples tarefa de ajustar os erros de design do original de 2012, junto com os terríveis bugs. Infelizmente, nos entragaram uma "remasterização".

Quando se faz um bom jogo, é claro que os fãs vão ansiar por mais. É o justo e o melhor para todos. Agora, quando é feito tantas versões iguais do mesmo jogo, os fãs começam a questionar a própria vida: "Pra onde eu vou? Quem sou eu? Por que eu comprei três vezes o mesmo Skyrim?". Efeitos semelhantes acontecem enquanto eu escrevo esse texto: Assassin's Creed que nunca mudou a sua fórmula, Call of Duty que já virou até piada, God of War que vai ter uma renovação depois de perceberem que os fãs não vão engolir a mesma merda sempre (Ascension), e por aí vai.

É triste ver que a indústria de videojaymes encontrou uma fórmula que ela pode sempre recorrer quando não tem mais criatividade para uma nova mecânica ou jaymedesign. E são sempre os mesmos artifícios: quick time sequence; aperte o mesmo botão rápido várias vezes para abrir uma porta; gaste seu precioso tempo de vida numa missão em que seu único fucking objetivo é seguir um cara qualquer; veja essa cutscene que te mostra todos os elementos da sala que você acabou de entrar, coisa que você poderia ter visto se simplesmente tivesse a oportunidade de explorar a sala do seu próprio jeito; pegue esse item e leve pra outro otário do outro lado do mapa e etc.

O problema desse tipo de recurso é muito maior que Darksiders 2 ou qualquer outro jogo. E pra quem duvidar de mim, seguem abaixo links de algumas reviews dos maiores sites de críticas em videojaymes, tanto sobre Darksiders 2 quanto a versão "remasterizada".

http://metro.co.uk/2015/11/04/darksiders-ii-deathinitive-edition-review-death-warmed-up-5480237/
http://www.ign.com/articles/2012/08/14/darksiders-ii-review
https://kotaku.com/5934437/darksiders-ii-the-kotaku-review
https://gamecritics.com/brad-bortone/darksiders-2-deathinitive-edition-review/

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